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Simplesmente Beatriz

Monday, July 10, 2006

Se eu partir e tempo não houver para despedir-me



Se eu partir e tempo não houver para despedir-me,
diga ao anoitecer que fui!
Mas que deixe a lua no céu,
a estrela no firmamento...
Que fui com o vento!

Diga ao mar obrigado pelo infinito azul,
pelas ondas cantantes
nas praias distantes de norte a sul.

Às aves do céu minha gratidão.
Pelas manhãs barulhentas!
Ao vento, obrigado!
Pelos recados costumeiros,
fiel mensageiro da minha saudade...

As flores dos jardins,
das campinas sem fim,
meu amor por inteiro.
Perfumaram-me os sonhos,
louros e derradeiros.

Se eu partir
e tempo não houver para despedir-me...
Agradeça a chuva que regou os meus campos,
brotou minha semente,
embalou o meu sono.

As montanhas altaneiras,
rios e cachoeiras que banharam meus filhos!
Ao sol da manhã, obrigado, obrigado,
pelo calor, pelo brilho!
Aos amigos verdadeiros, pelo afago e as palavras.

A minha mãe, obrigado.
Pelas canções com que me ninava.
Pelas lendas e histórias...
Pelos meus contos de fadas!

Agradeça por mim, meu velho pai.
Nossas brincadeiras...
E os segredos, que os guarde pela vida inteira!

Agradeça por mim, ao senhor.
Se eu partir
e tempo não houver ninguém prá me ouvir...

Deixei amor!

1 Comments:

  • At 11:59 PM, Blogger José Leite said…

    Gostei muito desta poesia impregnada de misticismo e de nostalgia!

    Partir é triste quando é inesperado e deixamos as amarras para sempree...

    Olha para dentro de ti e procura à tua volta um bálsamo! Vai ao meu blog e purifica-te!

    Ironia, sarcasmo, elogios in memoriam e tutti quanti...

    Dá um palpite e afaga o meu ego...

     

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