OLHAR
Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...
Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra de um caminho...
Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...
Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi...
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FLORBELA ESPANCA (1894- 1930)
Poetisa portuguesa, de Vila Viçosa (Alentejo). Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Autora consagrada e venerada, tematiza questões relacionados com a solidão, o desencanto e as paixões desencontradas, em versos de sensualismo exacerbado, que a levaram a uma consagração definitiva.
Obras póstumas: Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido de Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, é publicamente em 1982.
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FLORBELA ESPANCA (1894- 1930)
Poetisa portuguesa, de Vila Viçosa (Alentejo). Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Autora consagrada e venerada, tematiza questões relacionados com a solidão, o desencanto e as paixões desencontradas, em versos de sensualismo exacerbado, que a levaram a uma consagração definitiva.
Obras póstumas: Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido de Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, é publicamente em 1982.
2 Comments:
At 8:40 AM, Xanusca said…
Uma excelente escolha de leitura!
At 12:10 PM, Duarte said…
Tenho um livro de Florbela, que me ofereceram uns amigos do Porto, publicado com o titulo de SONETOS, isto em 1983.
Gosto, e muito, deixa-me triste mas com uma for�a interior imensa. N�o foi uma mulher para a sua �poca, os seus sonetos deixam um sabor "agridulce".
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