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Simplesmente Beatriz

Friday, January 19, 2007

Pelo beijo que não te dei


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Pelo beijo que eu não te deiPelo afago que eu sufoqueiPelos sonhos que malbarateiPelo encontro que em vão sonheiPelo beijo que não me roubastePelo afago que me recusastePelo encontro que tu evitastePelo sonho que tu não sonhaste
Uma lágrimaPela mão que não entrelaceiPelo olhar que jamais cruzeiPela valsa que eu não danceiPela música que não entoeiPela mão que não apertastePelo olhar que tu desviastePela dança que tu não dançastePela canção que não escutaste
Uma lágrimaPela espera da festa... sem festaPela espera do gozo... sem gozoPela espera da vida... sem vidaPelo ápice do fim... sem fim
Uma lágrimaSem festa... pela fresta que tu me fechasteSem gozo... pois no meio do caminho declinasteSem vida... foste minha luz e te apagasteSem fim... começaste a amar e não terminaste
Fátima Irene Pinto

Saturday, January 13, 2007

Falta




















Falta ainda a linguagem do gosto!
Que gosto terá sua boca quando colada na minha?
Que indizível prazer devo sentir ao te percorrer?
Que doce delírio sentir tua boca, todo o meu corpo morder...
Falta ainda a linguagem do tacto!
Como será o entrelaçar das nossas trémulas mãos?
O abraço tão apertado que poderemos ouvir nossos corações,pulsando sôfregos e descompassadosem meio a tão arrebatadoras emoções...
Falta ainda a linguagem do cheiro!
Não o cheiro da minha ou da tua preferida colónia.
Mas o nosso cheiro, natural, hormonal, quase animal.
Falando da premência da entrega,assim sem nenhuma cerimónia...
Porque eu já conheço a tua voz acariciante.
Porque eu já conheço a tua melancólica expressão.
Porque eu já conheço o teu complicado sentir.
Porque eu já conheço a tua férrea razão.
Mas que presunção a minha, eu achar que te conheço.
Não porque falte o tacto, o olfacto e o paladar.
Eu só poderei dizer que realmente te conheçoquando, olhos nos olhos, a tua Alma eu puder sondar.

Fátima Leite Pinto

Thursday, January 11, 2007

Fizeram, mas eu pensei por mim, revi e vou refazer a minha vida


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é accionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém".
John Lennon

Monday, January 01, 2007

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“O Ano Novo ainda não tem pecado:
É tão criança...
Vamos embalá-lo...
Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas,
A canção da eterna esperança."

Mário Quintana