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Simplesmente Beatriz

Thursday, August 31, 2006

Sempre em frente!!!


Amigos virtuais vim agradecer-vos todo o carinho que tiveram para comigo neste momento de passagem de minha tia Maria que vivia cá comigo.Em meio as turbulências senti o carinho de todos vós. Já ando em recuperação e pronta para mais uma....rs
Beijos de amor em vossos corações
Beatriz

Tuesday, August 29, 2006

ETERNO - ADEUS MARIA ELZA GRACIANO

ETERNO ( Carlos Drummond de Andrade )
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata !!!
Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras. Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber... Difícil é estar preperado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração. Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que ja fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Ou ter coragem pra fazer.
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Queridos(as) amigos(as), Domingo, às quinze para a uma da tarde, minha tia Maria Elza deixou este mundo, em meus braços. Ela tinha piorado muito a saúde nesta última semana. Teve um parada cardio-respiratória. Ia fazer-lhe uma massagem cardíaca, mas quando abri a blusa dela e vi o peito magrinho, franzino, parei e simplesmente coloquei-as em meus Braços, aconcheguei-a, pus as mãos em seus olhos e disse, vá com Deus, vá em paz. Perdoa-me todas as minhas deficiências, limitações e medos, é hora do teu descanso, vá em paz! Liberta-te deste sofrimento final. Amo-te.
O enterro foi segunda-feira,as nove da manha. Ela esteve , nesta vida, uma pessoa com défict mental, mas era uma intuitiva e auto-ditata, fazia coisas que muitos "normais" não faziam. Foi uma obreira incansável e exemplo para mim. Como podem imaginar ainda estou muito triste, não seria de outra forma. Tenho dores de cabeça, mas logo fico bem.
Bea

Saturday, August 26, 2006

APRECIO-TE

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À um amigo do Porto, Portugal.
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Aprecio-te.
Aprecio-te no singular de tua humanidade
Na riqueza da tua alma
Que emerge do profundo azul dos teus olhos
São dizeres mudos aos ouvidos humanos
É outro código que usas
Cujos símbolos são o sorriso desenhado em teus lábios
O brilho refletido dos olhos
O jeito sem jeito de passares as mãos nos cabelos
O remexer incomodado de sentares
Todas as vezes que nos olhamos.
Beatriz Abrantes
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TARDES CHUVOSAS DE INVERNO


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Tardes chuvosas de Inverno
Em tardes frias e chuvosas de inverno,
Quando a alma se recolhe
Numa pseudo Hibernação
Saudades açoitam-na
Mastiga-se esta dor
Saudades de momentos vividos...
Do sol que iluminava e aquecia
A janela da copa da casa de vovó
Toda tardinha, à hora do lanche
Do cheirinho bom do café a passar
Que nos acordava todas as manhas
Demonstrando em aromas
Todo o carinho que vovó nos dedicava
Saudades do cheirinho de terra molhada
Após a tempestade de verão
Do aroma fresquinho do capim
Salpicavam sorrisos nos rostos
Anteriormente franzidos pelo incomodo do imenso calor
Alguém disse um dia:
- Recordar é viver!
Tenho certeza que esta frase saltou-lhe a mente
Num destes dias frios e chuvosos
Beatriz Abrantes
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Wednesday, August 23, 2006

O cego e o Everest

O cego e o Everest
Parece que aos poucos a gente vai se acostumando às mesmas metáforas sobre a vida. Faz algum tempo, escrevi nesta coluna o “Manual de subir montanhas”, e de repente me encontro com um leitor em Hamburgo, que resolve dividir comigo sua experiência a respeito das escaladas na vida. Descobriu em que hotel estou, tem uma série de críticas sobre a minha página na internet. Faz comentários duros, e depois pergunta: - Pode tirar uma foto com a minha namorada? Claro que posso. Ele pega o celular, aperta um botão, não diz nada, e a namorada aparece no minuto seguinte. Tiramos a foto, mas a pergunta que segue é mais intrigante: - Pode um cego escalar o monte Everest? - Acho que não – respondo. - Por que você não responde: talvez? Já tenho quase certeza que estou diante de um “otimista compulsivo.” Uma coisa é o universo inteiro conspirar para que nossos sonhos sejam realizados, outra coisa é colocar-se diante de desafios absolutamente desnecessários, que podem resultar em morte ou em fracassos previsíveis. Explico que tenho que sair para um compromisso, mas o leitor não desiste. - Cegos podem escalar o Everest, a montanha mais alta do mundo ( 8.848 metros). Não apenas podem, como sei que pelo menos um deles escalou. Seu nome é Erik Weihenmayer. Seu compromisso pode esperar? Se ele deu um nome, talvez exista uma história interessante. Meu compromisso pode esperar, claro. - Em 2001, Weihenmayer conseguiu. E enquanto isso, as pessoas ficam se queixando que não conseguem um carro melhor, uma roupa mais elegante, um salário à altura de suas capacidades. - Você tem certeza? - Pesquise na internet. Mas o que me fascina é que Weihenmayer sabia exatamente o que desejava: ele transformou sua vida naquilo que achava que ela devia ser. Teve coragem de arriscar tudo para conseguir que o universo conspirasse a seu favor. Concordo. O leitor continua, como se minha atitude já não lhe interessasse mais: - Se uma pessoa sabe o que deseja da vida, tem todas as condições para conseguir realizar seu sonho. Não foi você mesmo quem disse isso? Claro. Mas existem limites, como cegos escalando a montanha mais alta do planeta. - E se as pessoas não tem sonhos, o que devem fazer? - Pensar em algo que gostariam de estar desenvolvendo, e dar o primeiro passo – respondo. –Sem medo de errar. Sem medo de ferir os que se “preocupam” por seu comportamento. - Isso! – diz o leitor, pela primeira vez identificando claramente as minhas idéias. – Em seguida, nos damos conta que para atingir o que desejamos é preciso correr riscos. Você não diz isso em seus livros? Não apenas digo, como procuro honrar estas palavras. Mas somos interrompidos em nossa conversa, é hora do compromisso que me trouxe até Hamburgo. Agradeço sua atenção, peço que me envie sugestões sobre a minha página na internet, tiramos mais uma foto, e nos despedimos. Às três horas da manhã, voltando do tal evento, coloco a mão no bolso para pegar a chave do quarto, e descubro o papel onde havia anotado o tal nome. Mesmo sabendo que tenho que viajar para o Cairo em algumas horas, ligo o computador, e ali está: “No dia 25 de maio de 2001, aos 32 anos de idade, Erik Weihenmayer se tornou o primeiro cego a atingir o topo da montanha mais alta do mundo. Ex-professor de ginásio, recebeu o prêmio da ESPN e da IDEA por sua coragem em ir além dos limites que sua condição física permitia. Além do Everest, Erik Weihenmayer escalou as outras sete montanhas mais altas do planeta, entre as quais o Aconcagua (Argentina) e o Kilimanjaro (Tanzania)”. Se não acreditarem, confiram.

Retirado da pagina de Paulo Coelho, Guerreiro da Luz.
http://www.warriorofthelight.com/port/index.html

Monday, August 21, 2006

Na Penumbra



Na Penumbra
Na penumbra de nosso quarto
Odores doces e amadeirados de incenso,
enchem-me os pulmões
Exitam-me a demonstrar carinhos
Delicio-me com o contorno de teu corpo
Na sombra refletida na parede, enxugando-se após o banho
Arrepio-me com as lembranças de nós dois a pouco.
Acendo as velas que estrategicamente alinhei
Assim nossa dança de carícias seja revelada
Na duplicidade das sombras tremulas que nossos corpos formarão.
Quando então e explodiremos nos prazer de ser um só.
Beatriz Abrantes

A amizade é uma necessidade a sobrevivência social do ser humano. Ela é o contraponto, o ponto de apoio, a justificativa de atos pensados ou impulsivos, é o que confirma que ninguém é uma ilha

Sunday, August 20, 2006

OLHAR

REALIDADE
Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...
Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleira desatada
Pôs a teus pés a sombra de um caminho...
Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...
Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi...

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FLORBELA ESPANCA (1894- 1930)

Poetisa portuguesa, de Vila Viçosa (Alentejo). Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Autora consagrada e venerada, tematiza questões relacionados com a solidão, o desencanto e as paixões desencontradas, em versos de sensualismo exacerbado, que a levaram a uma consagração definitiva.

Obras póstumas: Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido de Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, é publicamente em 1982.

Monday, August 14, 2006

Sou...




***Sou***

Sou..... Sou emoção, sou repentes, Sou às vezes... dia à dia
Sou vontade... é ! vontade!
Disposição, atitude de ser feliz!
Quero alegria ressonando alegria.
Fica aqui esse desejo que não cessará de se completar.

Beatriz Abrantes
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Perguntar-te-ão:
- Como atravessar a vida?
Responde:
- Como uma corda esticada sobre o abismo.
Belamente, cuidadosamente, impetuosamente!
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FARRAPO TRAPO HUMANO


Farrapo........trapo...........humano.
Os trapos do homem Mostram
O resultado De uma luta injusta
Dos que podem e têm, e
Dos que “podem” Mas não “tem”.
A luta por um lugar
Da cidade modelo
Planejadamente “status quo”
A concorrência
Com ocorrência
E o homem farrapo dos trapos do homem
De rosto abatido
Da fome
Do disabor, da exclusão
Vermelho do protesto
Da raiva
Do medo
A calada da noite
Ou a luz do dia
Boca grande tenta ser engraçado
Precisa fazer rir pra não chorar
Para ficar de pé
Firme. ......
duro: não há chão. ´
A concorrência
Com ocorrência
Palhaço...
Profissão: ladrão
Fácil para aqueles que se esquecem
Difícil para aqueles que ainda tem uma luz alumiando........

Saturday, August 12, 2006

E TUDO ERA POSSÍVEL


***E TUDO ERA POSSÍVEL***

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer



Ruy Belo, Homem de Palavra[s]
Lisboa, Editorial Presença, 1999 (5ª ed.)

http://www.instituto-camoes.pt/cvc/poemasemana/11/01.html

Saturday, August 05, 2006

A voz do silêncio

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A voz do silêncio é tão ruidosa
Que chego a levar as mãos aos ouvidos
Na tentativa de tampá-los para não ouvir
Mas é impossível, pois,
O ruído atravessa pelos vãos dos dedos
E se entranha no meu ser.
Fazendo o peito querer estourar de tanta dor.
Esta dor faz minhas entranhas,
Contorcerem-se em doloridas lembranças
Saudades do que foi bom, alegre e,
Parecia ser forte para durar a eternidade
Vencer as provas mais duras da existência humana egoísta e preconceituosa.
O nó na garganta
A lágrima deixada cair pelo rosto atônito.
Os lábios em semi-arco voltados para baixo
Deixam refletir no rosto o que vai ao íntimo
Os olhos enuviados pelas lágrimas
Procuram ver no infinito a razão do afastamento.
Hoje o silêncio amplia
Angustiosamente a falta de notícias
Potencializa o poder da indiferença
Põe ao chão a fé no amor maior – amizade
Aquela que não julga, não compara, não espera perfeição.
Simplesmente aceita o outro como é.
Respeita as limitações do outro, aprende a enxergar além do corpo físico.
Mas... Tão cruel é este mundo que imprime no fundo de cada um o valor estético
Que valoriza o transitório, o carnal.
Entrego-me ao carrasco do mundo
O medo de viver!
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***Beatriz Abrantes***

Sonhei-te






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************Sonhei-Te.**************

Sonhei-te
Tocando as estrelas
Cerrando as cortinas
Do céu estrelado

Sonhei-te
Tocando-me fundo
Adivinhando desejos
Profundos, infantis.

Sonhei-te
Somente para mim
De tão egoísta
Evaporas-te num plim

Sonhei-te
Louco desvairado
Capaz de loucuras
Sem fim

Sonhei-te sóbrio
Conciso, fechado.
Reticentes
Resguardado em si

Sonhei-te
Vencedor
Altruísta
E tão longe de mim

Sonhei-te
Volátil e denso
Sem poder tocar-te
Tê-lo para mim.

De tanto sonhar
Deixei a vida passar.

Beatriz Abrantes
02/04/2005

Friday, August 04, 2006

VIVES TU


Vives tu!
que um dia esbarrei pela vida...
Vives tu !
em quem encontrei promessas e belezas de amor
Vives tu
Que fizestes renascer de mim sentimentos conflitantes
Vivemos nós momentos deliciosos, suaves, quentes...
Infelizmente confusos, amargos,tristes também.
Vivemos nós
Cada qual em seu canto com seus encantos e desencantos
Vivemos o medo do ontem, do hoje e do amanha E não suportamos...
Vivo eu aqui...
Vivo a dor do conhecimento do meu eu interno
De me saber ainda tão vulnerável
Vives Tu...
A tua busca de si...
A luta de se fazer vencedor
E a angustia da falta de algo...
Que já não se sabe o que...
Vivemos nós a machucar e sermos machucados
Loucos insanos neste pavor de deixar-nos apenas...
Amar...
Vivo eu...
Este momento de dor e angustia a chorar o que não me pertence
Vives tu...
Sei lá eu como...
Pois tão distante já estamos...
Vives tu...
Em algum lugar
****
Beatriz Abrantes

Tuesday, August 01, 2006

AO TOQUE DA ........


AO TOQUE DA ........

SUA MÃO NA MINHA.....
ONDE OS DEDOS VÃO AOS POUCOS DEIXANDO-SE QUERER
NA LENTIDÃO DOS MOVIMENTOS
COM A PONTA DO DEDO TOCO TEUS LÁBIOS
VOU PERCORRENDO A GEOGRAFIA DO TEU ROSTO
COM O OLHAR QUE TUDO DIZ
DE UMA FORMA INTRIGANTE...PROVOCANTE.....
LÁBIOS SEDENTOS
DERRAMAM-SE EM BEIJOS
AS PALAVRAS NÃO DITAS
E, CADA PARTE DE NÓS CLAMA PELO OUTRO
A RESPIRAÇÃO OFEGANTE
ACELERA A DANÇA
DOS CORPOS QUE SE QUEREM

Beatriz